Os escoteiros na revolução de 32
A participação dos Escoteiros na revolução constitucionalista foi
a mais ampla possível. Servindo a Cruz Vermelha Brasileira nos hospitais,
entregando mensagens, atuando nas atividades de logística e, inclusive, apoiando
os homens na frente de batalha. A luta em favor da democracia orgulhou o próprio
fundador do Movimento Escoteiro, Baden Powell que elogiou os esforços e o
espírito escoteiro de nossos escoteiros.
Aldo Chioratto
Nasceu em Campinas, no dia 05 de outubro de 1922. Pertencia ao Grupo
Escoteiro Ubirajara e era aluno do Grupo Escolar Orozimbo Maia.
Como escoteiro da Comissão Regional de Campinas e agregado à Cruzada
Escoteira Pró-Constituição, foi incorporado nas tropas paulistas, como
mensageiro requisitado pelo Coronel Mário Rangel.
Gozava de
grande estima dos Oficiais do Quartel General pela sua vivacidade e simpatia.
Seu trabalho era transporte e correspondência da estação ferroviária até o
Quartel, em Campinas. A revolução estava no seu auge; centenas de vidas já se
haviam perdido e São Paulo resistia graças aos seus valorosos soldados e
voluntários.
Campinas, por ser entroncamento ferroviário, era muito assediada pela
aviação "Legalista" que, com seus "Vermelhinhos" castigava constantemente a
cidade e seus postos de resistência.
Em
um desses ataques, logo pela manhã do dia 18 de setembro de 1932, uma série de
estilhaços - 13 ao todo - atinge o bravo escoteiro que, ferido mortalmente, não
abandona seu bornal de mensageiro.
Ele
estava entregando correspondência e o local, segundo levantamento feito por
Chico Marcondes, foi o corredor de uma residência no centro próximo à estação da
estrada de ferro Cia Mogiana e Paulista.
Aldo Chioratto não resiste a tão forte agressão ao seu frágil, mas
valente corpo e vem a falecer em virtude dos ferimentos. Foram 13 estilhaços...
13 são as listas da bandeira de São Paulo.
Aquela criança morria, sacrificada no altar medonho da guerra; aquela
criança que, acima de tudo fora leal à sua terra, não respirava mais, mas
começava a viver para a eternidade na lembrança dos seus companheiros, do seu
chefe, de seus pais, na lembrança do escotismo de São Paulo.
Aldo Chioratto é para o escotismo paulista, o protótipo do escoteiro. É,
na realidade, a personificação do segundo mandamento da lei escoteira – “o
Escoteiro é leal”; foi leal no cumprimento os seus deveres, foi leal aos
princípios e à necessidade de ser responsável, mesmo que isso lhe custasse a
própria vida.
Os
restos mortais de Aldo repousam hoje no Mausoléu Constitucionalista, ao lado de
outros tantos heróis dessa epopeia. A praça onde se encontra o obelisco leva o
seu nome Praça Escoteiro Aldo Chioratto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário